Ontem eu peguei todas as minhas vísceras e tirei de mim. Por buracos vários no meu corpo. Pelos poros.
Mas não morri
Fiquei numa semi-vida murcha, vesga, imprecisa, oca, latente
Os ossos suportando o peso flácido de uma pele que não tinha o que proteger
O contrário da felicidade
A felicidade pra mim é quando se arranca a pele
e os órgãos ficam todos expostos, vibrando, em tons de vermelho e roxo, em pulsação
Sempre tive essa imagem na mente
Sempre desde que aprendi na escola que a pele revestia todo o corpo e eu imaginei isso como o balão segura o ar, não como a casca reveste a maçã
Mas ontem não, meu dia de ontem foi dia de pele e osso
E poros abertos.
5.24.2005
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