Ha quase 3 anos escrevi aqui um post de amor.
Lindo, apesar de falar de capivaras e reunioes de escola.
Este eh tambem um post de amor. Amor acabado.
Acabado nao, mas amor impossivel, como na musica de Daniel Johnston. E nao eh impossivel porque um de nos seja inantingivel.
Eh impossivel porque eh grande demais.
E sufoca.
Angustia.
Sobe e desce 10 vezes por dia.
Amor elevador. Mas nao eleva. So afunda.
Amei muito. Amei mesmo. Amei a ponto de achar que eramos infinitos.
Voltei a comer carne com voce.
Ate virei gremista (pessima ideia que parece que nao vou mais conseguir - nem querer - me livrar).
Toda despedida tem um que de saudosismo. Essa nao podia ser diferente.
Lembra da primeira vez que fomos ao ronco do bugio? Nao saimos do quarto pra nada. Alias, lembra de quantas viagens ou fins e semana em que nao saimos do quarto?
12 metros quadrados eram suficientes. Porque eu e voce estavamos ali.
Lembra quando vomitei no meio do sexo?
Acho que nao vai mais acontecer com nenhum de nos pro resto de nossas vidas. Espero. E mesmo assim foi divertido. A gente riu muito. E ainda continuou alguns minutos depois.
Lembra de quando voce chorou conversando com seus pais sobre nosso encontro?
E de quando voce chorou copiosamente em meus bracos, na cama, de feliz?
E que quando as pessoas nos chamavam de malucos porque nos casamos desde o primeiro dia juntos voce dizia: eh que eu nao a conheci hoje, voces nao entendem. Isso eh um reencontro. E eu achava lindo, mesmo nao acreditando em outras vidas. Mesmo sabendo que era uma capivarisse.
E o nosso noivado? Bebados ate a tampa. Mostrei a calcinha pro seu pai porque queria mostrar seu nome tatuado.
Lembra quando voce me viu e pensou: "Essa mulher vai foder com minha vida." E nem olhou na minha cara, pensando ingenuamente que seria possivel evitar o que viria depois.
pois eh, acho que fudemos com nossas vidas. Ou pelo menos pensamos assim agora. Mas eu faria tudo de novo.
As 1001 massagens no seu pe.
O olhinho vesgo quando voce pedisse.
Daria meus gatos de novo por causa da sua asma.
Ate tatuaria seu nome no meu corpo como uma etiqueta de patrimonio.
Tudo igual.
Nao mudaria nada.
Alias, eu achava que nada seria capaz de mudar isso.
Mas mudou. Mudou porque o mundo continua rodando e pensamos que nos dois juntos somos maiores que ele. Mas nao somos.
Mudou porque voce esqueceu que sou a mulher que ia foder com sua vida.
E eu esqueci que voce era o homem que ia iluminar a minha.
Que pena.
Nao so eu e voce perdemos com isso.
O mundo inteiro perde. Parece pretensioso, ne?
Mas nossa historia serviu de inspiracao e admiracao pra muita gente. E o mundo carece de amor verdadeiro. Nos dois juntos somos felicidade gigante.
E mesmo com tudo mudando a gente continua se amando.
Mas parece que a gente nao sabe bem o que fazer com isso.
Voce me magoa. Eu te ofendo.
Voce me renega. Eu te odeio.
Eu perdi alguns pedacos de mim nestes anos. Morreram.
Voce se frustrou depois que a vida nos sufocou. E nao para de procurar pelo conserto disso.
So que nunca mais seremos os mesmos.
Arrisco a dizer que nunca mais seremos felizes como sabemos ser quando estamos um com o outro. E so quando estamos um com o outro. Arrisco dizer que ninguem mais neste mundo combina comigo como voce. E vice-versa.
Eu queria que fosse possivel ter mais tempo de vida com voce.
Mudar pra boipeba em 5 anos e mudar de vida. Era nosso plano. Chegamos a olhar um lote. Ter 60 anos ao seu lado. Cheios de tatuagens com historias e cheios de viagens mentais em Castelhanos. Cheios de fotos na geladeira. Geladeira cheias de cerveja e vinho. Menos cheios um do outro.
Muitas e muitas viagens ainda. Muitas noitadas. Muita cachaca, muitos vomitos, muitos cigarros, muito sexo, muito filminho no sofa, muito missoshiro, muitos shows.
Desculpa pelos meus erros. Desculpa pela minha mediocridade em querer encaixar a gente no mundo.
Mas parece que tudo isso vai ter que ser guardado numa grande caixa em cima do maleiro.
Shame on us. Love will tear us apart. Sabio Ian Curtis.
3.06.2009
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